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domingo, 30 de dezembro de 2012

Subjetivamente, sem condições


Subjetivamente, sem condições

Se a TV
e a União
fazem da Copa
uma ilusão (com algum bilhão)
alguém deitado
em seu colchão
do futebol
abrirá mão (de indignação)?
Se nas igrejas
a doação
é um remédio
e expurgação (da exploração)
alguém que reza
sua oração
será capaz de esquecer o céu
e olhar pro chão (pro seu irmão)?
Se o shopping center
em liquidação
finge fazer
uma inclusão (com um cartão)
alguém dirá
que é ilusão
o poder de quem
compra o seu pão (a prestação)?
Domingo à tarde
de uma nação:
alguém arrisca
revolução?

sábado, 29 de dezembro de 2012

O porquê não grito tua beleza


O porquê não grito tua beleza

Eu, ao falar que hoje estás bela, cairei em grande redundância.
Há que se buscar outros elogios, categorias do admirar,
pra fugir do lugar-comum,  este que é tua beleza diária.
Estás esplêndida? Esplêndida és todo dia…
Fantástica? És todo dia…
Sublime? És todo dia…
Maravilhosa? És todo dia…
Todo dia és tu, tu e tua beleza.
Calar-me-ei pra que, tolo, não grite o cotidiano.
Admirar-lhe-ei somente,
pois meus olhos também são os mesmos, diariamente.
Há que se fugir do lugar-comum que é gritar tua beleza.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Morre; Não morre; Mata


Morre; Não morre; Mata

Um amor
que morria de medo
da morte do amor
matar.
Descobriu que não morre.
Matou outro amor
de uma morte
não morrida.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

O poema não me enche


O poema não me enche

O poeta,
quando escreve,
sai à rua, cheio de si
gaba-se do feito.
Na esquina
vazio em mim,
há gente com fome
e não aceito.
O poema, propriedade coletiva,
fosse outrora comestível
o poeta
- justiça feita -
o daria  como pão.
O poema, não comestível,
sem  serventia
se o poeta,
ao humano,
não mostrar a  contradição.
Porque o poema,
se alimenta
o espírito
o ego
de quem o fez
criação,
o poeta
quer ser lido
sair à rua
encher  a si
mas primeiro
quer o pão.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Amor em Amizade


Amor em Amizade

 
Nosso amor
por amizade é que morreu.
Nossa amizade
por amor foi que nasceu.
Morre o amor,
nascem amigos,
viva o amor
porque inimigos?!
Ciclo inacabado
do amor porque infinito;
tese, anti tese,
tem morrido, tem nascido…

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

“Ales aprova gratuidade de tarifa de ônibus para estudantes” G1… Parada pro ir e vir




Parada pro ir e vir

Os empresários (coitados)
provaram não ter culpa,
encaram um direito
como algo do “mercado”:
Quanto mais usuários,
menor é a oferta,
aumenta-se o lucro
e o bilhete mais caro.
Mas se ficarmos calados
nós a maioria
aceitamos diminuírem
o ir e vir já limitado?
Estará tudo parado
se o governo não aprendeu
que um direito dito público
não se rende ao que é privado.
Pois sejamos indomados
se aqueles um por cento
decidirem contra nós
os rumos desse estado.
Pelo passe livre
Contra o aumento
Pelo ir e vir
i-limitado!

“Manifestação de estudantes leva quase 4 mil às ruas de Vitória” A Gazeta… O Dia do Estudante Capixaba





O Dia do Estudante Capixaba

Os apitos, os cartazes
as pernas, os gritos
batucadas!
A luta,
não baderna,
-“minha nossa!”-
é a vanguarda organizada!
E se são 4 ou 6 mil
- me pergunto –
o que importa
pra gente que se uniu?
Importa que não se vive mais no chumbo:
o dia do estudante capixaba
não é 11 de agosto,
foi dia 3 de junho!

domingo, 16 de dezembro de 2012

Cida e Maria


Cida e Maria

 
Na falta da branca,
as mães-pretas.
E a presença das pretas
acalmava a da branca.
Na falta dos filhos,
o branco.
E a presença do branco
acalmava a dos filhos.
Mães-pretas,
me perdoem,
roubei de vocês
os filhinhos!
Mães-pretas,
me abençoem,
no corpo sou branco
na alma, neguinho!

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

O poema é solidão


O poema é solidão

 
O poema, materialidade
dum momento
solidão.
Doce, amargo, sozinho
junto
ou não.
Materializando o poema
tal sentimento
condição?
Poema
seu sinônimo
solidão.

domingo, 9 de dezembro de 2012

Viver ou Pensar


Viver ou Pensar

Viver
ou pensar:
eis aqui uma questão?
Viver,
exigiria não pensar,
porque vida
suporia só ação.
Mas pensar
eis uma forma de viver,
porque pensamento
é existência em reflexão.
Posto que viver
e não pensar,
nisto, sim, há uma questão.

Suicídio vivo


Suicídio vivo

Um dia – viverei da fantasia
e ainda mato
o homem de fato (ou de infarto)
de imortal poesia.

Virose


Virose

O poema é o vírus
de recolher o espírito,
porque é o prazer de soltá-lo
como escrever um espirro.