Seguidores

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Calar-se


Calar-se

Há momentos,
perdoe,
em que o poeta
quer calar-se.

Fingir escutar; viajar ao longe;
deixar o bar; recolher-se ao quarto.

Mas calar-se,
advirto-vos,
não como um nada a dizer:
silenciar-se.

Calar-se
como um parir-se
a dentro.
Calar-se
como um gestar-se
a fora.
Calar-se
como um grito
no parto.

Porque o poeta,
quando cala,
escuta o apelo, pari
o grito contido silenciado da alma.
Lucian Rodrigues Cardoso

8 comentários:

  1. Existe uma tradição na poesia
    a mordida da mosca azul
    vossa alma nunca mais
    poderá calar-se
    o poema sempre te atormentará
    ele sempre vai te ensinando
    formas e maneiras de poetar
    esta é a nossa maldição
    uma doce e dolorosa
    maldição
    que você já o faz muito
    bem
    sempre estamos aprendendo
    com está arte

    Luiz Alfredo - poeta

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Disse bem, meu caro Luiz: uma doce e dolorosa maldição. Abraços e obrigado pelo carinho de sempre!

      Excluir
  2. Poeta

    Como não te seguir?

    "Minha alma anseia e grita
    Chego aqui faminta
    em busca de seu pão Poesia."
    - Haydee Cerantola -

    "Alma Exposta"
    Poetas, Poemas e Poesias
    http://haydeecerantola.blogspot.com

    ResponderExcluir
  3. Simplesmente perfeito, Lucian!

    ResponderExcluir